Sabe a menina negra vestida de branco e de turbante que foi ao supermercado e a operadora de caixa disse que a menina precisava se converter e aceitar Jesus na vida dela pq essa coisa de macumba era coisa do diabo?!
Sabe o deputado que disse que adorar Maria era heresia e que os santos eram falsos deuses e que era melhor os católicos aceitarem Jesus e se converterem porque se não estariam condenados?!
Sabe aquele político que se elegeu prefeito que disse que os africanos estavam perdidos e que precisava levar a sua igreja até eles para que encontrassem o verdadeiro deus da salvação?!
Sabe aquele colega agnóstico, ateu ou satanista que é vilipendiado pelos cristãos dizendo que ele é louco ou que vai pro inferno por não ter fé em Deus?!
Sabe o budista, o panteísta, o taoísta, que não precisam acreditar em um Deus personificado e sempre são julgados como ignorantes ou que precisam conhecer deus ou entender "seu toque" na sua vida, ou ler a Bíblia?!
Sabe aquelas leis que não passam nas câmaras porque a defesa é que Deus (o cristão) não aprova?!
Pois é, e ainda falam que não há intolerância religiosa no Brasil.
Somos todos intolerantes.
A sociedade 90% cristã é a que tem mais atitudes anticristãs já vistas. Esse é o Brasil!
E ao toque de Locke: o Estado deve assegurar o direito do indivíduo de professar sua fé, em seu íntimo, em sua casa e em seu templo, ou mesmo não professar fé nenhuma. O que o Estado não pode é legislar sobre ou baseado na fé de alguém ou de alguma religião específica. Afinal, qual seria o verdadeiro caminho que levaria ao céu? Qual seria a verdadeira religião?
domingo, 6 de novembro de 2016
Enem 2016
ENEM denso, conteudista, rebuscado.
A grande maioria dos alunos do ensino público do Estado do Ceará não tem a cultura do estudo, da pesquisa, da leitura, nao tem o capital pra isso.
A grande maioria dos nossos alunos não estudam muito, não lêem muito, não pesquisam muito, coisas essenciais e necessárias para o ENEM como ele tem sido nos últimos anos. Denso, complexo, conteudista, pesado.
Alunos da escola pública quando são obrigados a ter sexto tempo, não ficam, fogem, eles não querem ter mais aula.
Quando são obrigados a assistir aula aos sábados, eles não querem, não vão.
Quando a escola faz simulado e pede para se inscreverem, eles não se inscrevem pq não pensam em fazer Enem.
A universidade pública vira o local de estudo de quem tem possibilidade de pagar uma particular, o aluno classe média alta, o que vem dos grandes sistemas de ensino.
As cotas das escolas públicas procura equalizar isso, e ainda assim, o aluno da escola pública não fica na universidade se passa.
Eu vejo todos os dias o esforço dos professores da escola pública para esses alunos mudarem suas posturas, sua mentalidade imediatista, sua falta de fé no futuro profissional e acadêmico. Eles não perspectivam isso.
Querem dançar reggae, ser dj, trabalhar de auxiliar de alguma coisa e fazer família. É ruim? Lógico que não. Mas a velha diferença entre quem pensa o mundo e faz as escolhas sociais para aqueles que apenas recebem e vivenciam continuará por bastante tempo.
Imaginem agora com um ensino mutilado com a MP 746 e com menos investimento para a educação, com a PEC 241 (55).
O ensino público é sim um grande faz de conta e aqueles que se sobressaem é pq se esforçam muito, e quando digo muito é muito mesmo, não é nem metade do esforço de um aluno de pai e mãe que tem condições de pagar uma mensalidade de 1.000 numa escola particular.
quinta-feira, 4 de agosto de 2016
A Identidade de Gênero
Uma das proibições impostas pelos atuais deputados é a de abordar o assunto da identidade de gênero em sala de aula.
Imagina uma aula de Sociologia ou Filosofia, quizá Biologia, sem abordar no mínimo o exposto abaixo:
A pós-modernidade consolidou a possibilidade, inclusive teórica, do indivíduo da espécie humana não se engendrar e se constituir em hábito, pensamento e prática, apenas em concordância à tradicional normatividade que engessa o órgão sexual à prática sexual, ao desejo e às preferências que consequenciam escolhas, hábitos, comportamentos e pensamentos.
Em resumo:
Por exemplo, um indivíduo da espécie humana determinado geneticamente com pênis, saco escrotal e demais peculiaridades que tradicionalmente se determinaram como significantes do macho da espécie, não tem de necessariamente se adequar aos padrões construídos e sustentados da chamada masculinidade que implica comportamentos, práticas e pensamentos específicos para tal que se formaram antes mesmo de seu nascimento, assim também como não tem a necessidade de desejar ou se relacionar exclusivamente com o indivíduo da espécie marcado geneticamente pelos órgãos de reprodução opostos.
Para finalizar:
Para além de ser tema de Direitos Humanos, é abordagem teórica e dá ótimos debates em sala de aula, e debate é como se forma conhecimento; não doutrinação.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2016
John Locke
John
Locke, inglês, nascido em 29 de agosto de 1632 e falecido em 28 de outubro de
1704, escreveu obras importantes para o pensamento ocidental, tais como:
●
A Letter Concerning Toleration (Carta sobre a Tolerância) de 1689;
●
Two Treatises of Government (Dois Tratados sobre o Governo) de
1689;
●
An Essay Concerning Human
Understanding (Ensaio
sobre o Entendimento Humano) de 1690;
●
Some Thoughts Concerning Education (Alguns pensamentos sobre a
Educação) de 1693;
Cada uma destas obras tem uma grande influência em diversos
pensadores não só do século das luzes na Europa, mas também dos séculos
posteriores no restante do mundo. Por exemplo, a Carta sobre a Tolerância, escrita anonimamente em seu período de
exílio nos Países Baixos, serve até hoje para fundamentar o pensamento
religioso para além das religiões específicas, ensinando que a Tolerância, a
Piedade e o Respeito fazem mais parte da verdadeira religião do que certos
ritos e preconceitos.
Nos Dois Tratados
sobre o Governo, Locke vai defender suas ideias liberais políticas e econômicas,
defender a ideia jusnaturalista de direito à vida, à liberdade e à propriedade,
reconhecida por ele como fruto do esforço pessoal que cada um faz livremente em
sua vida, e o Estado como uma criação humana para mediar conflitos através do
governo de homens, indivíduos que seriam responsáveis por gerenciar a coisa
pública de forma horizontalizada, propondo também uma divisão do poder, em
três, a saber, o Federativo, o Judiciário e o Legislativo, onde este seria dos
três o mais importante, fundamentando assim, inclusive, o modelo sustentado no
Reino Unido até hoje, da Monarquia Parlamentarista.
No Ensaio sobre o
Entendimento Humano, o autor se inspira em outros filósofos, como o também
inglês Thomas Hobbes e o estagirita Aristóteles para discutir diversos temas
referentes ao que é ser humano, diante de questões sobre a Linguagem, o
Conhecimento e a Metafísica, desenvolve um dos seus pensamentos mais difundidos
acerca de como os seres humanos compreendem o mundo, deixando-nos afirmar que
nascemos como uma Tábula Rasa, uma folha em branco, que diante do mundo em que
vivemos e experienciamos, através de nossas sensações e percepções sensitivas
nos moldamos e criamos nossos conhecimentos, não havendo nada antes disso,
contrapondo a tese cartesiana de conhecimentos adquiridos antes da experiência
vivida, ou seja, inatos.
Nos seus Pensamentos
sobre a Educação, já escritos no final do século XVII, em uma Inglaterra
consolidada como Estado Liberal, após todas as revoltas ainda contestantes do
novo regime político, vemos um Locke bem preocupado e atento às questões da
educação das crianças, anterior ao suíço Jean-Jacques Rousseau, já anunciava
que às crianças era necessário um olhar diferenciado, pois é nesta fase que
costumam ser impressionadas e formadas suas condutas através dos hábitos, para
o bem ou para o mal.
Locke acredita fortemente no poder do hábito para formar bem
os cidadãos, assim como Aristóteles na Antiguidade, acreditava também que às
crianças deveria-se aplicar uma espécie de “psicologia reversa” para que
aprendam a gostar de estudar e também aprendam a se esforçar por suas coisas,
não esperando nada cair do céu, coadunando fortemente com seu pensamento
liberal, podemos ver essa e outras ideias no parágrafo exposto abaixo:
Se
cruzam os braços, esperando que tais coisas lhes caiam do céu, devem ficar sem
elas. Isso as acostumará a buscar, por si próprias e através do próprio
esforço, aquilo que querem. Assim, ser-lhes-ão ensinadas a moderação nos
desejos, a aplicação, a industriosidade, a inventividade, o planejamento e a
economia, qualidades que lhes serão úteis quando forem homens feitos e que,
portanto, jamais se poderá alegar que seja cedo demais para as aprenderem ou
que estejam sendo inculcadas demasiadamente fundo. Todos os brinquedos e diversões
das crianças devem ser direcionados à formação de hábitos bons e úteis; caso
contrário, estabelecerão hábitos molestos. Qualquer coisa que façam deixa
marcas sobre esta idade impressionável; a partir de então, recebem a tendência
para o bem ou para o mal. E nada que tenha tal influência pode ser
negligenciado. (John Locke. Alguns pensamentos sobre a Educação, §. 130)
Podemos concluir que John Locke contribuiu bastante para o
pensamento da educação, não só no seu Ensaio
sobre o Entendimento Humano, que nos faz perceber a força da empiria, das
sensações, da experiência vivida para a formação dos indivíduos e do
conhecimento, mas também em seu Pensamentos
sobre a Educação, que nos faz ver mais as partes práticas em forma de dicas
de como se tratar as crianças e os jovens para que se formem bons cidadãos.
O Nascimento da cidade de Juazeiro do Norte e a sua religiosidade
Fernando Duarte
Para falar do nascimento da cidade
de Juazeiro do Norte, inicialmente uma pequena vila do Crato, por volta da
segunda metade do século XIX contando com três dezenas de casas ao redor de juazeiros
(a árvore), precisamos falar do padre que através de sua ação pastoral iniciada
na localidade em 1872 conseguiu transformar a região, no século XX, em um polo
econômico, industrial e religioso.
Padre Cícero Romão Batista,
conhecido popularmente como “Padim Ciço”, nasceu no Crato em 24 de março de
1844, mesmo ano do “Grande Desapontamento”¹, e morreu em 1934, aos 90
anos de idade.
Padre Cícero está diretamente ligado
com o nascimento da cidade de Juazeiro do Norte, que se tornou município,
independente do Crato, em 1909, levando a alcunha de “do Norte” para se
diferenciar da cidade baiana, fundada em 1833 em homenagem ao nome da mesma
árvore da região, o juazeiro, conhecido também como juá.
A ação pastoral do padre iniciou-se
na vila em 1872 e desde então começaram a surgir pessoas de todo o Nordeste, em
romarias sazonais, mas também em migrações que tinham a localidade como destino
final, eis que as práticas e pensamentos do Padre tinham um grande poder de
mover as pessoas, não só pela fé, mas também pela ideologia de emancipação e
dignidade através do trabalho.
É certo que histórias como “O
Milagre de Juazeiro”, em 1889, que iam passando via oral, mas também por
escrita, principalmente os cordéis, ajudavam no imaginário popular que ali se
tinha um santo na Terra, mais próximo das ideias de um Cristo verdadeiro que da
religião católica em si, portanto, movendo pessoas através de suas palavras e
pensamentos de certa forma “revolucionários”, fazendo com que as romarias, as
viagens movidas pela fé e a esperança de que o padre mudaria vidas, foram dando
à Juazeiro do Norte o contingente populacional que fizeram da cidade o que ela
é hoje.
Um dos motes do Padre era fazer de
cada casa uma oficina, dando trabalho e independência ao povo que o procurava, cedendo
terras para se instalarem, tornando o lugar refúgio para onde convergiam “os
desamparados”, mas também era fazer de cada casa um lugar de oração, unindo a
religião ao trabalho. O Padre soube utilizar muito bem a estratégia de mercado
para seus fiéis de Juazeiro, incentivando a produção familiar, mas também o
consumo, principalmente religioso dos itens produzidos, como por exemplo,
fogos, rosários, santos e candelabros, usados em casa, nas procissões e nas
festas religiosas.
Della-Cava (apud Holanda, 2008)
relata que em 1909, o ano da emancipação de Juazeiro do Norte, a cidade contava
com 40 mestres de obras, 8 ferrarias, 7 oficinas de latoeiro, 15 fogueteiros,
20 oficinas de sapateiros, marcenarias, 2 ourivesarias, 35 carpintarias e uma
fundição que produzia sinos, relógios de parede e de torres que para além da
economia de subsistência eram exportados pelo Nordeste.
O Nordeste é quase que em totalidade
um Semiárido, embora com pontos de transição, ou com reservas florestais, como
a do Araripe, faz com que seu povo esteja sempre na esperança de chuva, ou
melhores tempos, lugar de disputas políticas familiares e matanças, lugar da
adversidade natural e política, faz também com que surja um povo batalhador,
esperançoso, que luta como pode e inventa novas maneiras de se viver onde a
grande maioria dos que vivem em lugares mais propícios inclusive para a
agricultura estranhem.
Esse povo encontrou não só em Padre
Cícero mas no “arquétipo do profeta e provedor” o alimento para seu imaginário
coletivo, dando-lhes peculiaridades capazes de os distinguir entre outros
religiosos de outras localidades, recriando um “Cristianismo Primitivo” nas
palavras de Holanda (2008), transmitindo oralmente ou em versos como o cordel
as inúmeras histórias de milagres, curas e profecias que ligavam a região à uma
espécie de sacralismo, fortalecendo o universo místico e mágico da fé e da
religiosidade que foi a base da construção da cidade.
1. O Grande Desapontamento é um
evento referente à uma crença, principalmente estadunidense em que alguns
religiosos esperavam que no dia 22 de outubro de 1844 Jesus Cristo voltasse a
Terra, quando passou o dia e ele não voltou, deu-se “O Grande Desapontamento”,
visto também como “O dia do grande desapontamento”, sendo alguns dos religiosos
dessa crença os futuros fundadores da Igreja Adventista do Sétimo Dia, fundada
alguns anos depois nos Estados Unidos da América.
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domingo, 17 de janeiro de 2016
O Problema da Crimeia e a realidade russa
Fernando Duarte
A Crimeia é uma península situada na
margem norte do Mar Negro, em posição estratégica entre a Rússia e o restante
da Europa, à meio caminho do Mar Mediterrâneo. Ela é uma República Autônoma
onde predominava uma população tártara específica, mas sempre foi alvo de
disputas entre diversos povos, sendo o primeiro exponente dominante os turcos a
partir do século XV, e depois os russos, em 1921, com a anexação do território
à União Soviética, quando também Joseph Stálin exilou muitos tártaros que eram
contra a esta anexação.
A Crimeia é um ponto de disputa
estratégico por sua localidade, mas também por seus portos naturais ao longo da
costa. Na Crimeia existe o porto de Sebastopol, onde se localiza a Frota do Mar
Negro, de origem russa. De Sebastopol à Istambul são mais ou menos 1000km por
mar, enquanto que do porto mais próximo da Rússia à Istambul (em Novorossisk) conta-se
pelo menos mais 200 km. Portanto, sendo assim, um local de facilidade para
abastecimento e para o gerenciamento do Mar Negro e da segurança da Rússia que
a menos de 2 séculos entrou em guerra com o Império Otomano, em confrontos
diretos no Mar Negro, onde a Turquia possui, estrategicamente localizado, o
porto de Sinop.
A Rússia há tempos mostra ao mundo
que não é apenas um vasto território, mas um Estado muito bem organizado, mesmo
com a sua amplitude que abrange Europa e Ásia. Um Estado forte desde os tempos
do Império de Pedro I, o Grande, que abriu “as janelas da Rússia para a Europa”
ao fundar São Petersburgo, tomado na Guerra contra a Suécia que durou de 1700 a
1721, com o Tratado de Nystad.
O vasto território russo conseguiu
derrotar dois grandes estrategistas, estadistas expansionistas europeus do
mundo contemporâneo, a saber, Napoleão Bonaparte no século XIX e Adolf Hitler
no século XX. Ambos não foram páreos ao conhecimento dos próprios russos de seu
território e de seu clima, fazendo com que aqueles que se aventuram à uma
guerra com a Rússia, que se exigem a invasão do território, façam-se sempre com
extrema cautela, ou mesmo evitando o conflito direto.
Toda guerra pode ser vista como
resultado natural do desejo humano primordial de preservar a si mesmo, como
pensaria o inglês Thomas Hobbes. A harmonia social criada só pode ser
sustentada com a força do Soberano, no caso dos Estados, o próprio. Em uma
relação entre os Estados, não entre os indivíduos, fica necessário também
instituir um limite da ação destes, para que não se destruam e não reflitam um
estado natural de guerra de todos contra todos.
No caso dos Estados, sua soberania é
sua força, sua capacidade de autodeterminação e autosegurança diante dos
demais. É preciso reconhecer que uma guerra entre Estados soberanos não é a
melhor escolha, portanto, a criação de uma harmonia sobre a constante tensão, é
necessária, porém complicada, cabendo então a questão: a quem recorrer quando se sentir lesado? Daí a criação de entidades
supraestatais e internacionais como a ONU para assegurar uma paz mundial e uma
harmonia entre os Estados, não precisando estes recorrer a guerras para
resolver seus problemas.
Quando em 2014 a Crimeia passou
novamente a viver uma tensão interna, a maior parte de sua população de origem
russa não se identificando com o governo interino ucraniano, com a ajuda da
Rússia, contra a própria ONU, resolveu através de um referendo voltar a ser
território partícipe da Federação Russa tornou novamente latente o conflito
entre Estados, demonstrando a fragilidade da paz criada e a iminência de uma
nova guerra não só em território europeu, mas englobando todos os outros
continentes, pelas ligações políticas, ideológicas e econômicas existentes.
O que está em jogo não é mais
somente a velha utopia comunista que ameaça o mundo capitalista e liberal, como
segundo o historiador Edward H. Carr nos disse, é preciso reconhecer que toda
ação política é um misto entre utopia e realidade, e a realidade é bem mais
fluida, mesmo que de mais fácil análise por suas regras objetivas, do que a
pura e ingênua utopia. O que move as ações dos Estados é o desejo de manter-se,
necessitando uma sabedoria política para tal, sendo esta sabedoria um
equilíbrio entre a idealização do que se quer e a realização das
possibilidades.
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