sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

John Locke



John Locke, inglês, nascido em 29 de agosto de 1632 e falecido em 28 de outubro de 1704, escreveu obras importantes para o pensamento ocidental, tais como:
   A Letter Concerning Toleration (Carta sobre a Tolerância) de 1689;
   Two Treatises of Government (Dois Tratados sobre o Governo) de 1689;
   An Essay Concerning Human Understanding (Ensaio sobre o Entendimento Humano) de 1690;
   Some Thoughts Concerning Education (Alguns pensamentos sobre a Educação) de 1693;

Cada uma destas obras tem uma grande influência em diversos pensadores não só do século das luzes na Europa, mas também dos séculos posteriores no restante do mundo. Por exemplo, a Carta sobre a Tolerância, escrita anonimamente em seu período de exílio nos Países Baixos, serve até hoje para fundamentar o pensamento religioso para além das religiões específicas, ensinando que a Tolerância, a Piedade e o Respeito fazem mais parte da verdadeira religião do que certos ritos e preconceitos.
Nos Dois Tratados sobre o Governo, Locke vai defender suas ideias liberais políticas e econômicas, defender a ideia jusnaturalista de direito à vida, à liberdade e à propriedade, reconhecida por ele como fruto do esforço pessoal que cada um faz livremente em sua vida, e o Estado como uma criação humana para mediar conflitos através do governo de homens, indivíduos que seriam responsáveis por gerenciar a coisa pública de forma horizontalizada, propondo também uma divisão do poder, em três, a saber, o Federativo, o Judiciário e o Legislativo, onde este seria dos três o mais importante, fundamentando assim, inclusive, o modelo sustentado no Reino Unido até hoje, da Monarquia Parlamentarista.
No Ensaio sobre o Entendimento Humano, o autor se inspira em outros filósofos, como o também inglês Thomas Hobbes e o estagirita Aristóteles para discutir diversos temas referentes ao que é ser humano, diante de questões sobre a Linguagem, o Conhecimento e a Metafísica, desenvolve um dos seus pensamentos mais difundidos acerca de como os seres humanos compreendem o mundo, deixando-nos afirmar que nascemos como uma Tábula Rasa, uma folha em branco, que diante do mundo em que vivemos e experienciamos, através de nossas sensações e percepções sensitivas nos moldamos e criamos nossos conhecimentos, não havendo nada antes disso, contrapondo a tese cartesiana de conhecimentos adquiridos antes da experiência vivida, ou seja, inatos.
Nos seus Pensamentos sobre a Educação, já escritos no final do século XVII, em uma Inglaterra consolidada como Estado Liberal, após todas as revoltas ainda contestantes do novo regime político, vemos um Locke bem preocupado e atento às questões da educação das crianças, anterior ao suíço Jean-Jacques Rousseau, já anunciava que às crianças era necessário um olhar diferenciado, pois é nesta fase que costumam ser impressionadas e formadas suas condutas através dos hábitos, para o bem ou para o mal.
Locke acredita fortemente no poder do hábito para formar bem os cidadãos, assim como Aristóteles na Antiguidade, acreditava também que às crianças deveria-se aplicar uma espécie de “psicologia reversa” para que aprendam a gostar de estudar e também aprendam a se esforçar por suas coisas, não esperando nada cair do céu, coadunando fortemente com seu pensamento liberal, podemos ver essa e outras ideias no parágrafo exposto abaixo:

Se cruzam os braços, esperando que tais coisas lhes caiam do céu, devem ficar sem elas. Isso as acostumará a buscar, por si próprias e através do próprio esforço, aquilo que querem. Assim, ser-lhes-ão ensinadas a moderação nos desejos, a aplicação, a industriosidade, a inventividade, o planejamento e a economia, qualidades que lhes serão úteis quando forem homens feitos e que, portanto, jamais se poderá alegar que seja cedo demais para as aprenderem ou que estejam sendo inculcadas demasiadamente fundo. Todos os brinquedos e diversões das crianças devem ser direcionados à formação de hábitos bons e úteis; caso contrário, estabelecerão hábitos molestos. Qualquer coisa que façam deixa marcas sobre esta idade impressionável; a partir de então, recebem a tendência para o bem ou para o mal. E nada que tenha tal influência pode ser negligenciado. (John Locke. Alguns pensamentos sobre a Educação, §. 130)

Podemos concluir que John Locke contribuiu bastante para o pensamento da educação, não só no seu Ensaio sobre o Entendimento Humano, que nos faz perceber a força da empiria, das sensações, da experiência vivida para a formação dos indivíduos e do conhecimento, mas também em seu Pensamentos sobre a Educação, que nos faz ver mais as partes práticas em forma de dicas de como se tratar as crianças e os jovens para que se formem bons cidadãos.

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