John
Locke, inglês, nascido em 29 de agosto de 1632 e falecido em 28 de outubro de
1704, escreveu obras importantes para o pensamento ocidental, tais como:
●
A Letter Concerning Toleration (Carta sobre a Tolerância) de 1689;
●
Two Treatises of Government (Dois Tratados sobre o Governo) de
1689;
●
An Essay Concerning Human
Understanding (Ensaio
sobre o Entendimento Humano) de 1690;
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Some Thoughts Concerning Education (Alguns pensamentos sobre a
Educação) de 1693;
Cada uma destas obras tem uma grande influência em diversos
pensadores não só do século das luzes na Europa, mas também dos séculos
posteriores no restante do mundo. Por exemplo, a Carta sobre a Tolerância, escrita anonimamente em seu período de
exílio nos Países Baixos, serve até hoje para fundamentar o pensamento
religioso para além das religiões específicas, ensinando que a Tolerância, a
Piedade e o Respeito fazem mais parte da verdadeira religião do que certos
ritos e preconceitos.
Nos Dois Tratados
sobre o Governo, Locke vai defender suas ideias liberais políticas e econômicas,
defender a ideia jusnaturalista de direito à vida, à liberdade e à propriedade,
reconhecida por ele como fruto do esforço pessoal que cada um faz livremente em
sua vida, e o Estado como uma criação humana para mediar conflitos através do
governo de homens, indivíduos que seriam responsáveis por gerenciar a coisa
pública de forma horizontalizada, propondo também uma divisão do poder, em
três, a saber, o Federativo, o Judiciário e o Legislativo, onde este seria dos
três o mais importante, fundamentando assim, inclusive, o modelo sustentado no
Reino Unido até hoje, da Monarquia Parlamentarista.
No Ensaio sobre o
Entendimento Humano, o autor se inspira em outros filósofos, como o também
inglês Thomas Hobbes e o estagirita Aristóteles para discutir diversos temas
referentes ao que é ser humano, diante de questões sobre a Linguagem, o
Conhecimento e a Metafísica, desenvolve um dos seus pensamentos mais difundidos
acerca de como os seres humanos compreendem o mundo, deixando-nos afirmar que
nascemos como uma Tábula Rasa, uma folha em branco, que diante do mundo em que
vivemos e experienciamos, através de nossas sensações e percepções sensitivas
nos moldamos e criamos nossos conhecimentos, não havendo nada antes disso,
contrapondo a tese cartesiana de conhecimentos adquiridos antes da experiência
vivida, ou seja, inatos.
Nos seus Pensamentos
sobre a Educação, já escritos no final do século XVII, em uma Inglaterra
consolidada como Estado Liberal, após todas as revoltas ainda contestantes do
novo regime político, vemos um Locke bem preocupado e atento às questões da
educação das crianças, anterior ao suíço Jean-Jacques Rousseau, já anunciava
que às crianças era necessário um olhar diferenciado, pois é nesta fase que
costumam ser impressionadas e formadas suas condutas através dos hábitos, para
o bem ou para o mal.
Locke acredita fortemente no poder do hábito para formar bem
os cidadãos, assim como Aristóteles na Antiguidade, acreditava também que às
crianças deveria-se aplicar uma espécie de “psicologia reversa” para que
aprendam a gostar de estudar e também aprendam a se esforçar por suas coisas,
não esperando nada cair do céu, coadunando fortemente com seu pensamento
liberal, podemos ver essa e outras ideias no parágrafo exposto abaixo:
Se
cruzam os braços, esperando que tais coisas lhes caiam do céu, devem ficar sem
elas. Isso as acostumará a buscar, por si próprias e através do próprio
esforço, aquilo que querem. Assim, ser-lhes-ão ensinadas a moderação nos
desejos, a aplicação, a industriosidade, a inventividade, o planejamento e a
economia, qualidades que lhes serão úteis quando forem homens feitos e que,
portanto, jamais se poderá alegar que seja cedo demais para as aprenderem ou
que estejam sendo inculcadas demasiadamente fundo. Todos os brinquedos e diversões
das crianças devem ser direcionados à formação de hábitos bons e úteis; caso
contrário, estabelecerão hábitos molestos. Qualquer coisa que façam deixa
marcas sobre esta idade impressionável; a partir de então, recebem a tendência
para o bem ou para o mal. E nada que tenha tal influência pode ser
negligenciado. (John Locke. Alguns pensamentos sobre a Educação, §. 130)
Podemos concluir que John Locke contribuiu bastante para o
pensamento da educação, não só no seu Ensaio
sobre o Entendimento Humano, que nos faz perceber a força da empiria, das
sensações, da experiência vivida para a formação dos indivíduos e do
conhecimento, mas também em seu Pensamentos
sobre a Educação, que nos faz ver mais as partes práticas em forma de dicas
de como se tratar as crianças e os jovens para que se formem bons cidadãos.
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