terça-feira, 30 de maio de 2017

Questões sobre Democracia, Poder, Maquiavel e La Boétie



21. O filósofo Sílvio Gallo em seu livro Filosofia: experiência do pensamento, abordando a teoria do poder investigada pelo filósofo Michel Foucault, apresenta-nos que o poder não se dá de forma estrutural, nem estanque, muito menos depende exclusivamente das posições sociais que os indivíduos ocupam. O poder é um jogo de forças que se estabelece em toda e qualquer relação humana e deve ser analisado de forma imanente e situacional, percebendo que é fluido, produtor e relacional.
Essa ideia pode ser entendida como:
a) A teoria da “soma zero”
b) A resistência intencional
c) A perspectiva macroestrutural
d) A visão microscópica do poder
e) A visão macroscópica do poder

22. De acordo com o conceito de Democracia, construída como modelo de governo na Grécia Antiga, mais especificamente em Atenas, marque o item que melhor apresenta o entendimento sobre o conceito:
a) O modelo democrático ateniense era especificamente a atribuição do poder do governo aos melhores políticos.
b) Democracia significava especificamente um governo que baseia o poder da cidade a partir da participação dos moradores da cidade.
c) Oligarquias e Aristocracias são modelos arcaicos e antagônicos à Democracia no que toca à quantidade de participantes na vida política.
d) A tirania como deturpação do modelo político democrático, leva aos chefes de Estado a subverterem o poder maior que eles têm sobre seus súditos.
e) A Democracia como modelo de governo construído em Atenas tinha como princípio atribuir o poder àqueles que poderiam participar da vida política, portanto, os cidadãos.

23. Para Aristóteles a comunidade política não é uma “invenção”, é uma realização natural, própria dos seres humanos, e tem como finalidade “o bem viver juntos”, ou seja, a Felicidade. Em Atenas, onde passou boa parte da vida, Aristóteles era um crítico da Democracia. A democracia ateniense é reconhecida como a primeira forma de governar a partir do poder da própria população, de forma direta, mas tinha suas limitações, que podem ser identificadas na alternativa:
a) Só participavam da vida política os anciãos, que se reuniam em um conselho dos anciãos, uma vez por mês.
b) Participavam ativamente da política somente os nascentes na cidade, homens, maiores de idade e proprietários de terra.
c) Os filósofos eram excluídos da vida política, pois eram vistos como pessoas subversoras e ateístas, não respeitando a autoridade divina.
d) A crítica de Aristóteles é exatamente sobre a Democracia em Atenas possibilitar a participação de qualquer pessoa, portanto, uma limitação do uso ético na política.
e) Era proibido às mulheres solteiras participarem desacompanhadas das assembleias, só podendo votar se fossem com seus responsáveis, maridos ou pais.


24. (UFSM - adaptada) “Todavia, como é meu intento escrever coisa útil para os que se interessam, pareceu-me mais conveniente procurar a verdade pelo efeito das coisas, do que pelo que delas se possa imaginar. E muita gente imaginou repúblicas e principados que nunca serviram nem jamais foram reconhecidos como verdadeiros. Vai tanta diferença entre como se vive e o modo por que se deveria viver, que quem se preocupar com o que se deveria fazer em vez do que se faz aprende antes a ruína própria, do que o modo de se preservar.” (O Príncipe, Maquiavel.)
Nessa passagem, Maquiavel mostra que o domínio das ações humanas, no qual está incluída a política, deve ser concebido sob uma perspectiva realista.
Sobre essa maneira de conceber a política, é possível afirmar:
I. A política deve valorizar as experiências e os acontecimentos.
II. A política deve sempre ser pensada a partir de modelos ideais e da busca de soluções definitivas.
III. Concebe-se que a política deve se regular pelo modo como vivemos e não como deveríamos viver.
IV. Defende-se que a política deve ser orientada por valores universais e crenças sobre como deveria ser a vida em sociedade.
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s):
a) I e II apenas.   b) I e III apenas.    c) II e III apenas.   d) III e IV apenas.    e) IV apenas. 

25. Étienne de La Boétie foi um filósofo francês do século XVI que ficou conhecido por escrever o Discurso da Servidão Voluntária, depois da derrota do povo francês contra o exército e fiscais do rei, que estabeleceram um novo imposto sobre o sal. Em um dos célebres trechos deste seu Discurso ele escreve: “Quando um indivíduo manda, seu poder vem não dele mesmo, mas dos outros que se submetem.”, indicando aí:
a) Que a partir da crítica pode-se derrubar um tirano.
b) Que o autor indica que a vontade do rei deve ser a vontade de Deus.
c) Que para o autor, o rei necessita do apoio da elite de um país para se manter no poder.
d) Que a vontade de um indivíduo prevalece diante da vontade da maioria, sendo este um princípio do poder.
e) Que as pessoas acostumam-se a servir e se acovardam diante do poder do rei, submetendo-se às suas vontades. 


GAB: D, E, B, B, E