sábado, 23 de abril de 2011

INTERPRETAÇÃO HEIDEGGERIANA ACERCA DA ALEGORIA DA CAVERNA ¹


Autora: Gleyciane Machado Lobo Oliveira
Universidade Estadual do Ceará
                                                                                                  

A interpretação de Martin Heidegger acerca da Alegoria da caverna aponta para algo diverso da tradição.  O texto platônico indica a paidéia, isto é, a formação do homem grego. Segundo Heidegger, o pensamento da verdade também está no escrito, só não foi explicitado. No mito, aquilo que é mais verdadeiro se mostra com a aproximação do que está fora da caverna. Há no exterior, o elemento que não só possibilita a formação de todas as sombras, mas também aquilo que empresta visibilidade a todo ente que se presenta. A Idéia do Bem é este elemento, que, segundo Platão, faz com que todo ente apareça e seja notado. Por ser a Idéia do Bem a origem e referência de tudo, o filósofo alemão procura mostrar que tal configuração distancia o ente da sua verdade mais originária.  Nos estudos de fragmentos heraclitianos, Martin Heidegger indica o termo a-lhqeia como a verdade mais originária, configurada como aquilo que se desvela, que se mostra. Nos primeiros momentos do mito da caverna, este tipo de configuração prevalece. Entretanto, ao sair da caverna, o prisioneiro não realiza a sua “formação” a partir daquilo que se mostra. Sob o julgo da idea, a verdade é, agora, um olhar reto que apenas realiza uma concordância. Para o filósofo alemão, é neste momento que a verdade muda de direção. O escrito platônico torna toda relação com o ente em concordância entre a idéia, isto é, o conceito, e a coisa. Assim, aquela verdade originária, preocupada com o aparecer do ente por si mesmo, é deixada de lado.


Palavras-Chave: MITO DA CAVERNA, IDÉIA, ALETHÉIA.


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¹ Artigo feito para apresentação no XXVII ENEFIL, Rio de Janeiro, 2011

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Julien Pacaud



Julien Pacaud, para quem não conhece é um ilustrador francês, por vezes professor de esperanto e jogador de sinuca.
Suas ilustrações podem ser encontradas em seu site para venda: http://shop.julienpacaud.com/

segunda-feira, 11 de abril de 2011

III Congresso Internacional Ludwig Feuerbach


De 29 a 31 de agosto de 2011 na Universidade Federal do Ceará.
Fortaleza - Ceará - Brasil

Submissão de trabalhos até 30 de junho.

Informações: Grupo de Estudos Marxistas - UFC
Blog: http://gemgrupodeestudosmarxistasfilosofia.blogspot.com/
Site: http://www.filosofia.ufc.br/

sexta-feira, 8 de abril de 2011

II Semana de Filosofia e I Semana sobre Ensino de Filosofia no Cariri (UFC)


Estão abertas, as inscrições para a II Semana de Filosofia no Cariri, a ser realizada nos dias 2,3 e 4 de Maio de 2011, e a I Semana sobre Ensino de Filosofia no Cariri, a ser realizada nos dias 5 e 6 de Maio de 2011, ambos os eventos promovidos pelo Curso de Filosofia da UFC/ Campus Cariri.

Para maiores informações: 
http://www.cariri.ufc.br/portal/index.php?option=com_content&task=view&id=512&Itemid=1

PROBLEMÁTICAS E PROPOSTAS METODOLÓGICAS: REFLETINDO SOBRE O ENSINO DE FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO¹


Fernando Luiz Duarte Junior²
                                   Orientador: Dr. Emanuel Ângelo Rocha Fragoso³

 
Pretende-se com este artigo, refletir sobre alguns aspectos da prática docente em Filosofia. Após décadas de ausência da disciplina filosófica na grade curricular das escolas de Ensino Médio, faz-se necessário exigir um maior empenho por parte dos estudantes, futuros professores e atuais docentes, em apreender e ou desenvolver, e, ou aperfeiçoar métodos pedagógicos eficazes para o ensino da Filosofia no Ensino Médio, bem como iniciar e, ou acompanhar e, ou estimular a discussão acerca dos conteúdos a serem ministrados. Buscamos incentivar o debate de questões como a hora aula semanal, a metodologia a ser aplicada, os conteúdos a serem ministrados, a forma de avaliação, e inúmeras outras problemáticas vividas no cotidiano escolar e experienciadas no PIBID/Filosofia na E.E.F.M. José de Alencar (situada no bairro Messejana da cidade de Fortaleza). Propomos aqui como referência inicial para o debate no plano metodológico, o livro “Filosofia em sala de aula: teoria e prática para o ensino médio” da professora da Universidade de Campinas – UNICAMP, Lidia Maria Rodrigo. A escolha deste livro justifica-se por se tratar de um livro que aborda o tema de forma atual e une uma nova proposta metodológica denominada pela autora de Unidade Didática, que será por nós apresentada e analisada.

Palavras Chaves: Prática Docente em Filosofia. Unidades Didáticas. Lidia Maria Rodrigo.
 


¹ Resumo de proposta de comunicação para a II Semana de Filosofia no Cariri e I Semana sobre Ensino de Filosofia no Cariri, maio de 2011.
² Graduando em Filosofia, desde 2007, pela Universidade Estadual do Ceará – UECE. Bolsista PIBID/CAPES, desde 2010.
³Professor Doutor da Universidade Estadual do Ceará, Coordenador do PIBID/Filosofia – UECE.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

VIVER COMO FILÓSOFO NÃO É VIVER MISERAVELMENTE: UMA PERSPECTIVA SENEQUIANA *


Fernando Luiz Duarte Junior – PIBID/CAPES
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
fldj@hotmail.com

No livro intitulado De Vita Beata (Da Vida Feliz) podemos perceber que Sêneca (4 a.C. – 65 d.C.), o autor,  após uma série de críticas sofridas por um certo Suillius que fazia oposição a atual condição dos filósofos na vida política romana, faz uma defesa não só da posse e da riqueza dos filósofos estóicos que estavam em uma boa situação nesta época como ressalta o pensamento da virtude socrática, base de seu pensamento sobre a vida feliz. Possuir riquezas e viver virtuosamente ou como sábio não se excluem, e, pelo contrário, as riquezas até permitem que o filósofo desenvolva melhor sua alma. O desenvolvimento da alma e da sabedoria por parte do filósofo não faz da pobreza condição necessária, o que os distingue dos cínicos. Das proposições XXI a XXVIII veremos essa defesa da condição favorável na riqueza dos filósofos estóicos em Roma no período de Sêneca, sem esquecer das virtudes, da retidão e do pensamento socrático de elevação da alma, chegando a afirmar que a riqueza para o sábio é escrava, enquanto para o tolo é senhora, ressaltando aqui também esta diferença entre as visões de ambos sobre o que deve conduzir a vida.

Palavras Chaves: Estoicismo. Sêneca. Da Vida Feliz.

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* Resumo elaborado para ser apresentado no II Colóquio de Filosofia Antiga e Medieval - Fortaleza, 2011.

“PALAVRA VERDADEIRA” E “PALAVRA FALSEADA” – POSSIBILIDADES DE ENUNCIAÇÃO DA REALIDADE A PARTIR DE UMA PEDAGOGIA DA LIBERTAÇÃO FREIREANA *


Fernando Luiz Duarte Junior – UECE - PIBID/CAPES
fldj@hotmail.com

Embora nosso tema não seja abordado de forma direta com muita atenção do educador e filósofo brasileiro Paulo Freire (1921 – 1997), é, pois, fruto de discussão relevante não só para o ambiente acadêmico filosófico como para o entendimento da própria sociedade enquanto perspectivada à luz de uma teoria do antagonismo de classes. Com isso, pretendemos inserir à discussão o pensamento do autor quando diz: “Não há palavra verdadeira que não seja práxis. Daí dizer que a palavra verdadeira seja transformar o mundo.” (FREIRE, 2005, p. 89). É com esta afirmação do seu “Pedagogia do Oprimido” (lançado pela Herder & Herder em 1970) que pretendemos trabalhar sua argumentação filosófica do que seja “Palavra Verdadeira”, porque ela é práxis, e, sobretudo, transformação do mundo. Para compreendermos aquela afirmação é necessário passar por sua contraposição lógica, que chamamos “Palavra Falseada”. Ela é o obscurecimento da possibilidade de transformação do mundo. É uma anti-práxis. Pretende-se através dela manter o mundo como está, ou seja, [grosso modo] uns mandam, outros obedecem. O fato de uns mandarem e outros obedeceram não é o centro da questão em si. Vendo que é necessário certa relação intersubjetiva em que consciências pretendem se afirmar em um mesmo campo aberto de possibilidades. Campo este de batalha, mas, uma batalha que não se deve ferir o oponente de forma a subjugá-lo, pois, é possível e preferível através de uma “ética universal dos seres humanos” o tratamento por igual de sujeito-sujeito de um pelo outro: eis a implicação ética de Freire.  O centro da questão em si é a vocação ontológica do ser humano de Ser Mais confirmada na sua liberdade, historicidade e criação, na sua constante humanização. Onde o poder dominante quer negar de forma mascarada isto. Afim de esclarecermos estas problemáticas e desenvolver sua teoria da Palavra Verdadeira como práxis e transformação do mundo é que propomos este inicial estudo aqui indicado.

Palavras Chaves: Palavra Verdadeira. Palavra Falseada. Pedagogia da Libertação. Ética. Paulo Freire.

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* Resumo elaborado para ser apresentado no XXVII Encontro Nacional dos Estudantes de Filosofia - Rio de Janeiro, 2011.