domingo, 15 de maio de 2011

Resumo de Pedagogia do Oprimido (Paulo Freire)


Fernando Luiz Duarte Junior






Utiliza-se neste resumo: FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
            A obra em questão conta com um prefácio de Ernani Maria Fiori onde é explicitado o pensamento de Freire sobre a práxis, a liberdade, a cultura, a palavra, dentre outros, é também explicitado o como e o porque do autor chegar à conclusão de que é através da problematização da situação vivida que o oprimido pode chegar a se libertar em comunhão. Aborda também o chamado “Método Paulo Freire” de alfabetização, que difere do tradicional porque procura fazer com que o educando aprenda a ler e escrever não de forma mecânica e alienada, mas de forma consciente em jogo com sua própria realidade, por isso exige-se uma conscientização como sujeito historicossocial e cultural enquanto se aprende.
            Após o prefácio, de suma importância para o conhecimento introdutório do pensamento do autor na obra, segue-se a divisão que Paulo Freire fez de sua obra: As Primeiras Palavras – nesta parte da obra Freire dedica-se a relatar sua observação feita do papel da conscientização para uma educação libertadora. Diz ter observado um “medo da liberdade” que muitos apresentam, preferindo a consciência mítica obscurecedora e cerceadora do potencial humano ao invés da consciência crítica, criadora e afirmadora da liberdade dos homens[1], afirmando também, e portanto, que a conscientização propõe por em discussão o status quo, ameaçando suas pretensas bases sólidas fixadas em um imanentismo que nega o fluxo da historicidade e da criação humana em sua liberdade. – , o Capítulo I – aqui Freire dará suas justificativas, seus pressupostos para a “Pedagogia do Oprimido”, subdividindo-se em: a) A contradição opressores-oprimidos. Sua superação; b) A situação concreta de opressão e os opressores; c) A situação concreta de opressão e os oprimidos; e por último, d) Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens libertam-se em comunhão. Freire neste capítulo afirma também a possibilidade dos homens tanto para a humanização como para a desumanização, porém, a desumanização encontra-se em realidade, e ela nega a vocação dos homens para “Ser Mais”.[2] Percebe-se também que no negar, com a opressão, também se afirma no anseio da liberdade, na luta dos oprimidos pela recuperação de sua humanidade. É na busca por essa libertação, uma libertação de todos, por essa afirmação do Ser Mais, pela humanização face à desumanização, que os oprimidos precisam “dizer a sua palavra”, que será Verdadeira, tornando-se sujeitos da história, e não mais objetos passivos que assumem a palavra do opressor, que é Falsa, introjetada como se fosse sua. – , o Capítulo II – aqui Freire falará da importância da educação na formação desses sujeitos críticos e conscientes de suas possibilidades para o Ser Mais negado pela atual estrutura afirmadora do Ser Menos, e subdivide-se em: a) A concepção “bancária” da educação como instrumento da opressão. Seus pressupostos, sua crítica; b) A concepção problematizadora e libertadora da educação. Seus pressupostos; c) A concepção “bancária” e a contradição educador-educando; d) Ninguém educa ninguém, ninguém se educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo; e, e) O homem como um ser inconcluso, consciente de sua inconclusão, e seu permanente movimento de busca do ser mais. – o Capítulo III – neste capítulo o autor afirmará a palavra como primeiro elemento do diálogo e como possibilidade desveladora da opressão, demonstrando a possibilidade de ligação entre os homens através de sua palavra, Verdadeira. Este capítulo subdivide-se em: a) A dialogicidade, essência da educação como prática da liberdade; b) Educação dialógica e diálogo; c) O diálogo começa na busca do conteúdo programático; d) As relações homens-mundo, os temas geradores e sua metodologia; por último, e) A significação conscientizadora da investigação dos temas geradores. Os vários momentos da investigação. – e o último, Capítulo IV – este mostra a contraposição lógica do capítulo anterior, da palavra como possibilidade de desvelamento da opressão, como práxis. Mostra a palavra como também uma possibilidade de antipráxis, afirmando a teoria antidialógica. Subdivide-se em: a) A teoria da ação antidialógica; b) A teoria da ação antidialógica e suas características: a conquista, dividir para manter a opressão, a manipulação e a invasão cultural; e, por último, em uma espécie de conclusão reafirmativa da ação dialógica, c) A teoria da ação dialógica e suas características: a colaboração, a união, a organização e a síntese cultural.



[1] Os que preferem a consciência mítica dizem ser a consciência crítica perigosa e mensageira da dor e injustiça. E inserindo a categoria “Palavra”, Freire escreve: “Raro, porém, é o que manifesta explicitamente este receio da liberdade. Sua tendência é, antes, camuflá-lo, num jogo manhoso, ainda que, às vezes, inconsciente. Jogo artificioso de palavras [grifo nosso] em que aparece ou pretende aparecer como o que defende a liberdade e não como o que a teme.” (Op. Cit. p. 25).
[2] Freire escreve: “Na verdade, se admitíssemos que a desumanização é a vocação histórica dos homens, nada mais teríamos que fazer, a não ser adotar uma atitude cínica de total desespero. A luta pela humanização, pelo trabalho livre, pela desalianeção, pela afirmação dos homens como pessoas, como seres para si, não teria significação. Esta somente é possível porque a desumanização, mesmo que um fato concreto na história, não é, porém, destino dado, mas resultado de uma “ordem” injusta que gera a violência dos opressores e esta, o ser menos.” (Op. Cit. p. 32).

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